Satelite Angolano - ANGOSATE 2 Já foi Lançado - Jornal MPNews
Equipe Técnica
A delegação angolana, que visitou ontem as instalações do Cosmodromo de Baikanur, está confiante no sucesso da operação. No local, recebeu explicações detalhadas sobre o lançamento e o comportamento do satélite, e ficou a saber que, depois de estar em órbita, o Angosat2, com duas toneladas de peso, terá uma dimensão de 22 metros de envergadura quando abrir os painéis solares.
A visão que se tem do satélite, a partir da rampa de lançamento, é de que se está em presença de uma obra imponente, uma criação fantástica da engenharia de exploração espacial. Depois de estar em órbita, a central de acompanhamento e controlo, em terra, terá de aguardar pelo sinal do satélite, para a confirmar a sua operacionalidade.
Os especialistas que estão a tratar do lançamento adiantaram que o período de espera pela reacção do satélite é de aproximadamente três meses. Depois, segue-se uma fase de testes para verificar as movimentações e o funcionamento em órbita, num tempo que varia entre 60 e 90 dias. Para chegar na sua posição operacional, o satélite precisa, em continuidade, de pelo menos dez dias.
O director técnico, Alexander Madzar, fez saber que todos os procedimentos técnicos de preparação para o lançamento foram feitos de acordo com os padrões de operação, um facto que garante o sucesso da operação. Disse que, de acordo com o cronograma, a separação do satélite do bloco de aceleração está programada entre as duas e as quatro da amanhã.
O director-geral da ISS-Indústria Espacial Russa, Evgeniy Nesterov, avançou mais informações durante uma curta reunião com o ministro das Telecomunicações, Tecnologia de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, que culminou com a assinatura de um Memorando de Entendimento entre Angola e a Rússia.
No final do encontro, depois da visita de constatação sobre o nível de preparação para o lançamento do satélite, o ministro Mário Oliveira, dirigindo-se aos responsáveis da ISS, fez questão de acentuar que a expectativa dos angolanos à volta do lançamento do satélite é grande.
ESPECTATIVA DOS ANGOLANOS
Os angolanos estão expectantes com o dia de hoje", frisou, acrescentando: "Nós acreditamos que o trabalho feito oferece garantias de que a operação de lançamento, colocação do satélite em órbita e a sua operacionalização terão sucesso".
Mário Oliveira realçou a prestação do Angosat2 na oferta de serviço de telecomunicações, como objectivo da missão. Confrontado sobre o impacto do satélite, referiu que vai revolucionar a comunicação no país, de modo geral.
Angola, prosseguiu, é um país vasto e precisa de uma cobertura em toda a sua extensão territorial, por forma a oferecer serviços de comunicação com qualidade à população, permitindo, assim, o seu desenvolvimento. Com este passo, "Angola acaba de entrar para o mundo espacial, que está em constante desenvolvimento", referiu o ministro.
Em relação à possibilidade do país adquirir no futuro mais satélites, uma curiosidade da imprensa local, Mário Oliveira disse que não, justificando, a propósito: primeiro "vamos explorar o Angosat2, e, mais lá para a frente, analisar a necessidade ou não de se adquirir um outro satélite".
Quanto à utilização do Angosat2, o ministro referiu que a operação está toda planificada, e, tão logo se cumpram os procedimentos tecnológicos, está prevista a entrada de um outro conjunto de procedimentos. Na ocasião, Mário Oliveira manifestou, também, a pretensão do Governo continuar a trabalhar com a Rússia no domínio da Ciência Espacial.
"Este capítulo, nunca se esgota, pois, vamos continuar a trabalhar com a Rússia", disse, sublinhando que é uma potência mundial na ciência espacial, afirmando que o país quer "estar ao lado dos melhores".
Memorando de Entendimento
No final do dia de ontem, representantes das duas delegações assinaram um Memorando de Entendimento, designado "Revisão de Prontidão de Lançamento", que, entre várias questões, espelha os passos que foram dados até à colocação do Angosat2 em órbita.
Esta fase está ligada aos procedimentos técnicos de verificação da preparação de todos os elementos necessários para o lançamento, com destaque para o foguete e o satélite. O documento apresenta, também, no seu conteúdo, o trabalho da Comissão de Estado coordenado pela Agência Espacial Russa.
Construção
A construção do Angosat2 não trouxe custo adicional para o Estado angolano, pelo facto do contrato de mais de 300 milhões de dólares, rubricado com a parte russa para a construção do Angosat-1, ter previsto a construção de um novo, em caso de desaparecimento ou destruição do satélite.
Na qualidade de um satélite de Alta Taxa de Transmissão (HTS), o Angosat-2 vai disponibilizar 13 gigabytes em cada região iluminada (zonas de alcance do sinal do satélite) e será baseado na plataforma Eurostar-3000 e tem 15 anos de vida útil.
Assim, o satélite vai ser colocado na órbita geoestacionária, a uma distância de cerca de 36000 kms da superfície da Terra. Recorde-se que o Angosat-1 foi lançado ao espaço no dia 26 de Dezembro de 2017, a partir do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão. Perdeu-se o contacto com o aparelho até ao presente.
Centro de controlo
O Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN) garante que todos os elementos técnicos para operação em órbita do Angosat-2 já estão assegurados, a saber, o Centro de Controlo e Missão de Satélites (MCC), localizado na Funda, em Luanda, antena da banda KA para os testes em órbita, já instalada no MCC, e a formação e capacitação dos recursos humanos.
A instituição refere ainda que o projecto Angosat-2 tem dois centros de controlo, um em Luanda (principal), e outro na Rússia. Ambos estão em pleno funcionamento, apetrechados com equipamentos e softwares de operação que garantem a prontidão para o lançamento, fase de testes em órbita e posterior operação.
O Centro de Controlo e Missão de Satélites foi projectado para funcionar de modo ininterrupto, 24h e 7 dias por semana, e está equipado com sistemas de engenharias que possibilitam a recepção, o processamento e o envio de informações para o satélite.
No mês de Julho, foi instalado no referido centro, em Luanda, uma antena de 7.5 metros de diâmetro que será utilizada para os testes em órbita do Angosat-2. O GGPEN esclarece que a infra-estrutura surge por força da actualização feita no Angosat-2 e utilizada na faixa de frequência de 17 a 30 GHz.
Ao pronunciar-se sobre a cooperação com a Rússia, fez saber que a área espacial é muito vasta, e, neste capítulo, as partes têm vindo a cooperar já desde alguns anos, sobretudo na formação de quadros. Mário Oliveira, que se faz acompanhar de técnicos de alto nível, destacou o trabalho realizado com as autoridades russas, principalmente entre as equipas técnicas, que permitiram o desenvolvimento do projecto.
"Foi um período marcado de trabalho árduo, que exigiu empenho das duas equipas, cujo resultado culmina com o lançamento do satélite, hoje", sublinhou. Do ponto de vista técnico, acentuou, existem garantias de sucesso desta missão.
Ao pronunciar-se sobre a cooperação com a Rússia, fez saber que a área espacial é muito vasta, e, neste capítulo, as partes têm vindo a cooperar já desde alguns anos, sobretudo na formação de quadros. Mário Oliveira, que se faz acompanhar de técnicos de alto nível, destacou o trabalho realizado com as autoridades russas, principalmente entre as equipas técnicas, que permitiram o desenvolvimento do projecto.
"Foi um período marcado de trabalho árduo, que exigiu empenho das duas equipas, cujo resultado culmina com o lançamento do satélite, hoje", sublinhou. Do ponto de vista técnico, acentuou, existem garantias de sucesso desta missão.
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